terça-feira, 15 de setembro de 2009

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE PINTURA de JOSÉ BARROS e OLÍVIA FERNANDES










A galeria de arte do centro cívico de Palmeira inaugurou no passado dia 11 de Setembro, pelas 22 horas a exposição colectiva de pintura intitulada INCOBUS da autoria de José Manuel Barros e Olívia Fernandes. O centro recebeu a presença de inúmeros aficcionados desta arte que se deslocaram ao local para assistir à abertura da exposição, que contou com a presença do Presidente da Junta de Freguesia de Palmeira, Russel.














segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Comédia O MORGADO DE FAFE EM LISBOA - em itinerância 2009

A NOVA COMÉDIA BRACARENSE, Companhia de Teatro Amador de Braga, continua em itinerância com "O Morgado de Fafe em Lisboa" de Camilo Castelo Branco.
O Morgado de Fafe em Lisboa no Parque de Exposições de Braga (Maio de 2009)

A Nova Comédia Bracarense, Companhia de Teatro Amador de Braga, continua em projecto itinerância com a comédia social "O Morgado de Fafe em Lisboa", da autoria do escritor Camilo Castelo Branco. O projecto conta com a participação e colaboração da editora Opera Omnia, que depois de ter fixado o texto camiliano, tem feito por várias localidades, onde a peça é levada à cena, uma apresentação literária do texto camiliano, sob a responsabilidade do distinto professor da Faculdade de Filosofia de Braga, Cândido Martins. Depois da estreia no Parque de Exposições de Braga, a peça levada à cena pela Nova Comédia Bracarense, tem despertado o interesse de vários municipios, que têm solicitado a compra da obra e o respectivo espectáculo, casos de Vila Nova Cerveira, Mondim de Basto, Vieira do Minho, Braga, entre outros, estando já agendados espectáculos para a Bibblioteca Pública de Barcelos (dia 3 de Outubro), Auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez (dia 24 de Outubro) e Salão Parquial de Leça da Palmeira (dia 14 de Novembro). Deste modo apraz dizer que a parceria estabelecida entre a Opera Omnia e a Nova Comédia Bracarense tem vindo a solidificar-se e a surtir frutos no sentido de dar continuidade a outros projectos igualmente válidos do ponto de vista literário e artístico de modo a preservar o património das letras portuguesas, quer através da fixação de alguns textos, quer através da sua representação teatral, sob a orientação artística e cénica de Fernando Pinheiro, que nesta apresentação à obra, que a seguir se transcreve, nos delicia com a sua visão profunda de um verdadeiro conhecedor do teatro camiliano.

                                                                                                      José Barros, 14 de Setembro de 2009

CAMILO, O MORGADO E O RESTO... «Camilo, tão bom conhecedor dos costumes em vigor na capital e na província, coloca ao seu jeito irónico e satírico estas duas realidades humanas em cena aberta na comédia social O Morgado de Fafe em Lisboa. E se o celebrado autor conhecia bem as realidades do Minho profundo e da capital profunda, já que penetra com acutilância no âmago característico de cada uma delas, para as colocar num cómico frente-a-frente, também conhecia como ninguém toda a vastidão moral da alma humana, morasse ela no peito embalsamado da aristocracia decadente ou no peito despido e ingénuo do provinciano primário e sincero. Assim era o país em meados do séc. XIX (1861), dividido entre uma burguesia pretensiosa, fátua, ociosa, marcadamente calculista, particularmente na forma como organizava os casamentos de família, onde o dinheiro tinha um papel mais importante que o amor, e uma sociedade popular, composta de lavradores, comerciantes, pequenos industriais e baixo clero, laboriosa, pertinaz, derreada com impostos e trabalho, sem tempo para devaneios ultra-românticos ou chás dançantes nos salões da frivolidade e do ócio. O Morgado com a rústica franqueza da ignorância subverte este modelo social, pretensamente verdadeiro, fazendo cair máscaras, desfazendo jogos artificiosos, terçando armas com rivais fementidos, sem que dessa cruzada quixotesca não deixe de sair ferido: também joga os seus lances de amor, e de tão alegre que era vê o seu peito repassado de tristeza. A requestada, a dona Leocádia, filha dos barões de Cassurrães, também se podia chamar A Maluquinha de Lisboa, para se parafrasear o título de uma célebre comédia de André Brun, que de quatro pretendentes acabará sem nenhum, pois são estas almas levianas que existem para certificar as máximas do rifoneiro popular. Portugal, posto assim em cima do palco, é uma risota! A capital não se revê na província e a província não se revê na capital, como se estivéssemos na barraca dos espelhos das feiras e romarias, num exercício lúdico, malgrado as transformações do último século, que ainda hoje tem patético valimento. Esse Portugal, a duas velocidades, a duas cores, a duas idiotias, sempre fez rir e chorar este Camilo que nos ensina, porém, a compreender a índole da nossa gente, no que ela tem de elevada nobreza e no que ela tem de rasteiro individualismo, porque por esses estádios e tonalidades morais também passou a alma dele. E se há autor consubstancial às suas personagens, esse autor é Camilo, porque vive nas suas criações quanto elas vivem em si, pois, havendo só uma vida e um só homem, Camilo viveu dentro destas entidades com todas a ganas do seu ser, ou, como diria uma das suas personagens, com todas as veras da sua alma. Por que será que Camilo nos faz lembrar tanto Gil Vicente?»
                                                                                                                 Fernando Pinheiro, encenador

terça-feira, 8 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE PINTURA - Galeria de Arte do Centro Cívico de Palmeira



Para uma leitura de…

INCOBUS


Incobus serve de título à exposição colectiva de pintura apresentada por José Manuel Barros e Olívia Fernandes. O nome, à partida, pode remeter-nos imediatamente para a banda norte-americana de rock alternativo, INCUBUS, formada em calabasas, Califórnia. Para os amantes da música, o nome não causará com certeza estranheza alguma já que os fãs estão habituados a títulos bem mais ousados e complexos. E se pensarmos que o título dado à banda, por parte dos seus responsáveis, foi pensado de um momento para o outro a partir do termo “Incubus”, um tipo de demónio da mitologia, este facto até poderia explicar, em parte, a imagem retratada por Olívia Fernandes neste trabalho que aqui se apresenta em acrílico e gesso sobre duas telas com a mesma medida de 90x60.
Com efeito, se nos debruçarmos na imagem, podemos observar e/ou adivinhar nas suas formas e cores algo de demoníaco e violento que pode ser um corpo em combustão, num movimento giratório, disseminando à sua volta pedaços ou restos da sua actividade. O átomo e a sua desintegração, o núcleo dividido, o mundo ou a origem da vida podem representar-se eventualmente através desta figura criacionista, com fundo vermelho, mas isso não passará de uma leitura pessoal vinda de um mero observador. Talvez até nem tenha sido essa a intenção da artista quando se propôs inicialmente a realizar a obra e se tenha deparado com esta possibilidade ao longo do processo de criação, do qual resultou este produto final. Contudo, saliente-se que a imagem, refractada em duas telas simétricas, aponta numa leitura primária para a sua desintegração, que sendo intencional ou não por parte da artista, caberá ao público presente fazer um juízo crítico, talvez uma abordagem mais justa da obra.

Texto de José Barros
para uma leitura de Incobus, 2009