O escritor vilaverdense João Lobo apresentou ontem à noite, no Centro Cívico de Palmeira, Braga, o mais recente livro de José Manuel Barros, intitulado "A Maldição de Santia". Explorando o "mito" da Atlântida desaparecida, esta obra do jovem escritor bracarense é um regresso à literatura fantástica, universo já anteriormente por ele abordado no romance "O Mistério da Ilha Perdida", editado em 2007. "A Maldição de Santia" é uma narrativa simbólica, cuja acção é centrada numa ilha aparentemente normal, mas que a breve trecho inicia um processo irreversível de reconhecimento dos males que atingem a sua classe dirigente, cuja dissolução apressa a convoca toda a sorte de maldições e cataclismos.
Neste romance editado pela Calígrafo, José Manuel Barros "materializa o seu talento de grande criador de atmosferas fabulosas, concebendo uma obra de grande maturidade inventiva, que imerge o leitor numa saga superiormente narrada, recheada de acontecimentos maravilhosos, e de personagens delineadas ao pormenor nos seus estatutos, medos e enigmas", numa linguagem que coloca particular ênfase na clareza do discurso, sem descurar a densidade narrativa, nomeadamente através de quadros de grande fulgor imaginativo.
José Manuel Barros, de seu nome completo, nasceu em Palmeira, Braga, em 1969. É licenciado em Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa e, além de professor em Arcos de Valdevez, tem dedicado muito do seu tempo à actividade teatral na Nova Comédia Bracarense, como autor e dramaturgo (já editou nove peças teatrais). Além destas obras dramáticas, José Manuel Barros publicou também um livro de prosa e poesia ("Entre a Luz e a Poesia") e dois romances ("O Mistério da Ilha Perdida"e, agora, "A Maldição de Santia"). É ainda autor de um volume de contos pícaros ("Guitarradas à Sombra de Palmeira").
in Diário do Minho, 20 de Novembro de 2010