segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A COMÉDIA DA MARMITA (Plauto) - Braga Romana 2019 - Museu D. Diogo de Sousa

 


A peça “ A Comédia da Marmita”, escrita por Plauto, comediógrafo romano (254 a.C. – 184 a.C), é considerada uma comédia de intriga e caráter. Como comédia de intriga, o enredo gira em torno das peripécias e equívocos de Euclião, um pobre velho que um dia descobriu na sua lareira uma marmita cheia de ouro e ficou de tal forma cego por ele que vive atormentado com a sua perda. Por outro lado, esta peça centra-se também na história de amor da filha de Euclião, grávida de Licónides. Os dois enredos desenrolam-se, independentemente um do outro, porém surgem entrelaçados, visto que os incidentes (o roubo da marmita, e a confissão de Licónides) apressam vertiginosamente o seu desfecho. Como comédia de caráter, a peça destaca a avareza de Euclião, um velho desconfiado e de rude trato que tenta a todo o custo esconder o ouro dos olhares mais cobiçosos. Como tal, a sua figura cai no ridículo quando intenta através de diversas artimanhas ocultar o seu tesouro. No fundo, Plauto pretendeu pintar Euclião como uma figura caricata e um pobre diabo que ficou transtornado com a súbita descoberta do ouro.

Assim, neste exercício teatral, adaptado a partir do original da obra de Plauto, o espetáculo decorre com graça e riso, integrando momentos de música e dança, procurando desta forma recriar em palco cenas hilariantes de diversão e comicidade. Neste âmbito, o teatro de Plauto serve-se essencialmente do gesto e da caricatura para provocar efeitos cómicos já que se assume como um teatro voltado para as massas populares com o intuito de arrancar uma boa gargalhada do público. Para tal, recorre também com frequência ao uso de uma linguagem carregada de termos plebeus, jogos de palavras, ditos jocosos. Neste sentido, as falas desempenham um papel importante na construção das personagens, já que expõe a nu o ridículo do seu caráter. Note-se que a originalidade do teatro de Plauto não se encontra na sua temática nem no desenho de uma intriga complexa, mas decorre do uso prodigioso e diversificado do vocabulário, com diálogos rápidos e ditos jocosos, registos merecedores de um génio cómico. Influenciado por comediógrafos gregos da Comédia Ática Nova e pelo teatro latino e etrusco, Plauto retrata acima de tudo a sociedade urbana do seu tempo inserida em cenários que são apresentados em espaços exteriores (praças de Atenas). Por outro lado, não podemos esquecer a forte influência helénica exercida sobre Roma tão bem retratada nas peças do autor e traduzida nos seus hábitos, costumes, deuses e língua. Neste contexto, o ambiente social e familiar serve de pano de fundo para denunciar a decadência dos seus costumes e valores, sendo escalpelizada pelo autor no sentido de (re)educar a sociedade e alertá-la para uma necessidade de mudança. 

Euclião ………………………..........Manuela Ribeiro

Estáfila………………………………Helena Machado

Fedra……………………………………..Etelvina Sousa

Eunómia…………………………..Helena Guimarães

Licónides……………………………….Vitor Machado

Megadoro………………………………Vasco Oliveira

Pitódico……………………………………Sérgio Coelho

Ântrax……………………………………..Filipe Amorim

Congrião………………………………….Miguel Araújo

Mácio/Estrobilo…………………………Joshua Swift

Vestais: ……………..Helena Guimarães, Helena Machado, Etelvina Sousa, Liliana Braga.

Encenação……………………. José Manuel Barros

Assist. Encenação……………………. Liliana Braga

Figurinos………………………………………….Srª Rosa

Cenografia…………………Diamantino Esperança

Luminotécnica………………….Francisca Barbosa

Sonoplastia……………………José Manuel Barros

Caracterização………………………….coletiva NCB

Direção artística……………… ……Carlos Barbosa


















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