Guerras do Alecrim e Manjerona é uma ópera jocoso-séria da autoria de António José da Silva (O Judeu), apresentada no Teatro do Bairro Alto em 1737. Trata-se de uma peça escrita em prosa, intercalando textos poéticos, sob a influência das comédias espanholas, sobretudo de Lope de Vega. As suas obras, em geral, rompem com os modelos clássicos, procurando inspirar-se no espírito e linguagem do povo, em que o canto e a música surgem como elementos essenciais do espetáculo.
Sendo assim, a intriga desta peça gira em torno de uma disputa estabelecida entre dois ranchos que têm como símbolos o Alecrim e a Manjerona. A ação principia em plena época carnavalesca, colocando em confronto os protagonistas dos dois ranchos. De um lado, D. Fuas que pretende assegurar a mão de D. Nise; do outro lado, D. Gilvaz, que deseja conquistar o coração de D. Clóris. Para tal, os dois fidalgos pelintras contam com o engenho e a arte do gracioso Semicúpio (criado de D. Gilvaz) para levar a cabo os seus intentos. Contudo, as sobrinhas do velho avarento D. Lancerote estão prometidas, pelo menos uma delas, ao primo D. Tibúrcio, um morgado rústico que pelas maneiras e linguagem não colhe os favores das pretendentes. Entre encontros e desencontros amorosos, a peça vai-se desenrolando em palco, cheia de graça e humor, até terminar com um inesperado final feliz, cujas personagens Sevadilha (criada de D. Lancerote) e Semicúpio assumem um papel crucial na condução dos acontecimentos e desfecho das relações, já que também elas são movidas por interesses amorosos.
FICHA ARTÍSTICA:
Encenação I José Manuel Barros
Dramaturgia I NCB (adaptação)
Figurinos I Goreti Abreu
Iluminação e som I Francisca Barbosa
Direção artística I Carlos Barbosa
Elenco I Diamantino Esperança (D. Tibúrcio); Vasco Oliveira (D. Lancerote); Agostinho Silva (D. Gilvaz) António Pimentel (D. Fuas); Helena Guimarães (D. Clóris) Rita Pereira e Sofia Tenreiro (D. Nise); Joshua Swift (Semicúpio); Helena Machado (Sevadilha)
Produção: NCB 2017
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